Crime / Política
O Maranhão volta ao noticiário nacional por mais uma rebelião com vítimas fatais e ações bárbaras. Na rebelião anterior, foram 18 mortos e mais de seis cabeças decapitadas (veja aqui). Na de ontem à noite, na cidade de Pinheiro, seis mortes e quatro decapitados.
São cenas horríveis e desumanas. Cabeças penduradas nas celas, olhos arremessados nos pátios. Esta é a triste realidade.
No caso de Pinheiro, a carceragem comporta apenas 30 detentos. Lá estavam 97. Uns dormindo em cima dos outros, defecando no mesmo local. Uma imundice. Condição sub-humana de vida. Uma lástima.
Neste momento estão dando entrevista coletiva no Palácio dos Leões o secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, o de Administração Penitenciária, Sérgio Tamer, o desembargador Froz Sobrinho (representante do Judiciário), a procuradora Geral de Justiça, Fátima Travassos, representantes da Defensoria Pública, além de outras autoridades.
Falam do ocorrido de hoje. Fizeram as mesmas coisas no acontecido recentemente no complexo de Pedrinhas. São reuniões de gabinetes, sem ações efetivas para combater o problema.
A procuradora, representante do Ministério Público, pede a união de todos. O velho filme que assistimos a cada rebelião. A cada morte entre os amotinados.
Veremos em breve os mesmos discursos quando explodir o caldeirão na Casa de Detenção. Alí estão mais de 700 detentos. O espaço foi feito para abrigar apenas 400. No de Pedrinhas existe espaço para 602, mas de 700 se amontoam por lá.
O governo assiste a tudo calado. Parece impotente. O governo, ainda na gestão de Jackson Lago, fez convênios com o Ministério da Justiça para construção de presídios.
O dinheiro veio, mas faltou ação concreta. Já na gestão de Roseana Sarney ficou na indecisão do local. O prefeito de Pinheiro não aceitou um presídio na sua cidade.
O prefeito Zé Arlindo recusou o presídio, mas prontamente aceitou sua cidade como regional. A baixada maranhense tem 21 municípios e possui apenas 11 delegados. Na regional de Timon atende somente a dois municípios e tem 22 delegados. Vejam bem a disparidade.
Como o prazo venceu, o recurso para a construção do presídio de Pinheiro voltou para os cofres da União. Lamentável.
Além de tudo, há que se observar um erro gravíssimo do sistema carcerário. Não existem, ao que parece, varreduras nas celas. Incrível, mas só acontecem quando existem rebeliões.
Na rebelião de Pedrinhas foram encontradas diversas armas, inclusive revólveres. Na de Pinheiro havia um arsenal de armas caseiras. Ninguém fabrica um punhal e várias facas em apenas um dia. Há muito elas estavam sendo fabricadas.
Outra questão diz respeito ao trabalho moroso do Judiciário. Existem no sistema carcerário detentos que concluíram as penas. Mas a burocrarica atrapalha.
Existem ainda centenas de apenados que deveriam pagar penas alternativas até pelo pequeno delito cometido. Mas aqui é o Maranhão. E assim continuaremos vendo as mesmas coisas, os mesmos filmes.
A coletiva não durou muito. Acabou agora,
Nas negociações de Pinheiro, ficou acertado que os detentos que moram na cidade ficarão por lá mesmo. Os outros serão transferidos para as suas cidades de origem.
29/01/2011 às 10:04 Demorô acontecer. Eos que prestam serviços c/ máquinas para essa prefeitura! O bate boca entre 2 vereadores, um denunciou o outro c/ notas frias p/ a prefeitura. Tem que ver isso tb.
29/01/2011 às 15:42 Até que enfim, graças a Deus as investigações começam a acontecer em Balsas-MA. Olha e tem coisa errada aqui. Por Deus e por toda a população que agradece. Viva a POLÍCIA FEDERAL, que não dorme em serviços. Essa é uma prova que Deus existe!!!!
29/01/2011 às 16:15 Nobre amigo, Balsas hj não é só considerada como a capital da soja, mas sim, de negócios obscuros; entre eles, empresas freelances… As licitações feitas em Balsas, apenas uma empresa ganha. Há 04 anos atrás esa empresa fechou as portas, e agora, mudou de cara, mas os donos são os mesmos; a diferença que ela hoje já é uma das maiores do municipio, é só observar os editais de licitações e as mesmas realizadas.. Ela ganha em todas…
31/01/2011 às 13:20 Caro Luis Cardoso,
Todos os dias vemos nos noticiários nacionais, escândalos envolvendo gestores e auxiliares de administrações públicas municipais, estaduais e federais. Vemos também que, em muitas cidades a população vai às ruas para se manifestar, exigindo providências das autoridades, especialmente do Ministério Público. Infelizmente em Balsas, a população está se sentindo “impotente”, visto a “miopia deste órgão ministerial em nosso município.
Aqui em Balsas está da seguinte maneira: É a prefeitura fazendo de conta que tá trabalhando, e o ministério público fazendo de conta que não tá vendo as mazelas à luz do dia.
Tenha certeza que o início desta investigação é somente o embrião desta gravidez HOJE indesejada pelo povo da nossa cidade, o qual foi ludibriado na campanha e está decepcionado com o que está vendo e principalmente sentindo as consequencias na própria pele.
Esperamos que a polícia federal seja a cirurgiã que “aborte”, não somente o embrião, mas também todos os “emprenhadores” desta gravidez indesejada.